quarta-feira, 28 de maio de 2014

Gênesis: Mitologia Grega

   Assim como qualquer mitologia, a grega também possui o seu mito sobre a criação do mundo. Talvez não tão difundido e conhecido, o conto da origem do mundo grego parece ter servido de base para muitas outras que viriam com o passar dos anos e moldariam algumas informações. 
   Tudo começou com uma imensa e densa massa. Nela, os quatro elementos viviam misturados e em constante conflito. Tudo era Caos, o primeiro ser a existir. Um dia, porém, um deus (não se sabe qual) veio e separou tudo que estava compactado e gerou, com isso, todas os elementos não vivos do planeta: céu e mar, vento e terra, rios e lagos, montanhas e vales.
   Prometeu e Epimeteu, seu irmão, foram os titãs encarregados de criar e distribuir dons para os seres vivos.



   Encarregado de criar o homem, Prometeu juntou o barro à água e, a partir disso, fez o homem à imagem dos deuses. Distribui dons aos animais juntamente com o seu irmão. Uns eram mais rápidos; outros, com pescoços maiores. Ao final, os titãs deixaram os melhores dons para o homem, deixando-o quase perfeito, quase um deus. Para assegurar sua superioridade entre os outros, Prometeu subiu aos céus com ajuda de Atena e roubou o fogo da carruagem de Apolo. Entregando o fogo ao humano, garantiu-lhe maior força sobre os outros animais e maior facilidade nas tarefas que tivesse de realizar.
   Epimeteu sugeriu que guardassem em uma caixa todos os dons que não usaram, como a ira, a raiva, a angústia, a peste e o pecado. Uma caixa foi forjada por Hesfesto, deus das forjas, e nela foram guardados todos os males. Como forma de recompensa pelo trabalho, Zeus enviou a Prometeu uma recompensa: a primeira mulher do mundo. Chamava-se Pandora e fora feita pelos deuses, recebendo um dom de cada um.


   Uma versão afirma que Pandora foi uma punição enviada por Zeus para Prometeu, por ter roubado o fogo. Outra, afirma que fora um presente de bom grado. O fato é que a mulher, por grande curiosidade, abriu a caixa que guardava todos os males e os libertou para mundo. Gerou doenças físicas e mentais que assolaram a humanidade por toda a eternidade. Fechou a caixa só a tempo de manter uma única coisa em seu interior: a esperança.
   A partir de então, a humanidade foi maculada e passou por épocas difíceis de guerras e pestes. Os problemas dos homens tornaram-se tão extremos que foi necessário um dilúvio para libertá-la, mas este assunto pertence a próximos capítulos...


   NOTA DO AUTOR: 
   
    A versão mais aceita é a que afirma que o castigo de Prometeu foi ser amarrado numa rocha, onde um corvo o encontrava todas as tarde e comia seu intestino. Após isso, Zeus o reparava e ele ali ficava, esperando até que o corvo voltasse.


sexta-feira, 2 de maio de 2014

Mitos Gregos: Faetonte

   Partindo para mitos menos conhecidos, a lenda de Faetonte conta a história do menino que era filho de Apolo (deus da medicina e do Sol) e, por uma vez, desejou conduzir a carruagem do pai. Apolo, como deus do amanhecer e do pôr-do-Sol, conduz uma carruagem flamejante puxada por cavalos que cospem e emitem fogo. Passa o dia inteiro conduzindo-a pelos céus, partindo do leste e chegando ao oeste. Representa a própria estrela anã em suas fases do dia: desde a hora em que nasce até a hora em que se põe. Apenas esse deus tem força e poder suficiente para carregar tal fardo. Essa tarefa lhe foi dada desde que Hélios, antigo deus do Sol, foi deposto.


   Quando jovem, Faetonte ainda não havia conhecido o seu pai. Angustiado, falou com a sua mãe e implorou-lhe que, se realmente fosse filho do deus, ela houvesse de enviá-lo ao seu encontro. Sem outras saídas, a mãe o mandou ao palácio do Sol, morada de Apolo. Quando o semideus chegou ao local, encontrou, além do deus sentado no trono, as estações do ano, as horas e várias outras entidades mitológicas. Abraçado pelo seu pai assim que chegara, o menino pediu para que o deus provasse sua paternidade, concedendo-lhe qualquer desejo. Após fazer com que Apolo jurasse, Faetonte pediu permissão para guiar a carruagem do Sol por um dia. 
   Mesmo após uma longa advertência do deus, o jovem não abriu mão de seu pedido. Cego pelo desejo, empunhou as rédeas e partiu aos céus desgovernadamente após instruções do deus Sol.


   O garoto não poderia, segundo seu pai, aproximar-se demais do céu ou da terra. Do contrário, queimaria os deuses ou os humanos. Sem controle dos animais, porém, percorreu quase toda a extensão terrestre queimando montanhas, mares, constelações e parte do monte olimpo. Mesmo ungido por um óleo divino que o impedia de se queimar, o fogo no ar dificultava a respiração, fazendo Faetonte sofrer.
   Após algum tempo de agonia, a terra se ergueu no calor e suplicou a Zeus, deus dos céus, que acabasse com todo mal que a assolava. Zeus, vendo que não tinha outra saída, ribombou um grande raio que atingiu o peito do semideus, fazendo-o cair, morto, de sua carruagem.






              NOTA DO AUTOR:
                                 
                           Uma das alusões mais bonitas feitas ao mito vem do poema "Samor" de Milman:

                                            "Como quando o universo horrorizado
                                             Jazia mudo e quieto, quando o filho
                                             Do Sol, dizem os poetas, o paterno
                                             Carro levava por atalhos falsos.
                                             Até que Jove o fulminou, e o mísero
                                             Afogou-se no golfo junto ao qual
                                             As irmãs, os seus ramos agitando,
                                             Por ele choram lágrima de âmbar."



quinta-feira, 10 de abril de 2014

Apocalipse: Cristianismo

   Ao contrário do que muitos pensam, "Apocalipse" não significa "fim do mundo", mas, sim, "revelação". No caso do cristianismo, o apocalipse (ou Apocalipse de João) é o último dos livros que compõem a bíblia e relata mensagens de Jesus Cristo sobre o que aconteceria no futuro. Existem, contudo, três formas de interpretar-se a bíblia: preterista (as revelações ocorrem no passado), historicista (tudo acontece ao decorrer da história) e futurista (as revelações são profecias que ainda não começaram).
   É possível, ainda, inferir uma leitura simbólica sobre o livro Apocalipse, tendo todos os acontecimentos como uma metáfora para algo que ocorrera dentro do império romano (local onde o cristianismo surgiu e foi perseguido). Os cavalos representariam momentos do império ou, por exemplo, a esperança (no caso do primeiro cavalo).


   Segundo o livro, o apocalipse teria início quando o pergaminho (guardado na mão direita daquele que senta no trono principal) fosse aberto pelo Leão de Judá e o primeiro selo fosse quebrado. A partir dai, iniciaria-se uma sequência de selos, trombetas e taças que trariam consigo um castigo para o mundo.

  • Primeiro selo: traz o cavaleiro do cavalo branco: Peste. Ele carrega um arco e uma coroa, caminha pela terra conquistando seguidores e levando doenças. Acor branca do cavalo representa a pureza, a falsa inocência.
  • Segundo selo: traz o cavaleiro do cavalo vermelho: Guerra. Ele carrega uma espada e, como o próprio nome diz, carrega a guerra e a destruição por onde passa. O vermelho representa o sangue.
  • Terceiro selo: o cavaleiro do cavalo negro: Fome. Anda com uma balança, representando a desigualdade na divisão de alimento. Carrega muita morte consigo. O preto significa a própria escuridão.
  • Quarto selo: o último cavaleiro, montado no cavalo amarelo: Morte. Carrega uma jarra e é o mais poderoso dos cavaleiros, carregando a peste, a guerra e a fome. A cor amarela representa o cadáver em decomposição.
  • Quinto selo: traz os mortos de volta à vida. 
  • Sexto selo: perturbações cósmicas e marcação de todos aqueles que seguiram o Anti-Cristo.
  • Sétimo selo: dá início às sete trombetas.


   As sete trombetas são tocadas por sete anjos, um após o outro. Assim como os selos, cada uma traz um castigo:
  • Primeira trombeta: granizo e fogo que destroem grande parte da flora.
  • Segunda trombeta: um meteoro cai no oceano e mata grande parte da vida marinha.
  • Terceira trombeta: um meteoro cai nos lagos e rios.
  • Quarta trombeta: faz o Sol e a Lua escurecerem.
  • Quinta trombeta: traz uma praga de gafanhotos que ataca e tortura a humanidade.
  • Sexta trombeta: libera um exército que aniquila um terço da população.
  • Sétima trombeta: dá início às sete taças.
  As sete taças carregam a ira de Deus e também são derramadas por anjos:
  • Primeira taça: é derramada sobre a terra. Feridas dolorosas se abrem nos que foram marcados por seguir o Anti-Cristo.
  • Segunda taça: é derramada no mar, que se transforma em sangue e extingue a vida marinha.
  • Terceira taça: é derramada nos rios e fontes, transformando-os em sangue.
  • Quarta taça: é derramada sobre o Sol, que queima a humanidade. Os homens se recusam a glorificar Javé e o amaldiçoam pelas pragas.
  • Quinta taça: derramada no trono da Besta. O reino do Anti-Cristo é envolto em trevas e os homens mordem as próprias línguas com tamanha agonia. Continuam a não render-se a deus.
  • Sexta taça: derramada sobre o rio Eufrates, que seca, abrindo caminho para os reis do Oriente.
  • Sétima taça: granizos de cerca de 35kg caem sobre os pecadores que ainda restam.
   Após 40 anos de tribulação, deus desce à terra e reinicia a vida.


 


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Mito Grego: Jasão e Os Argonautas

   Um dos mitos gregos mais conhecidos, conta a história de Jasão, que embarcou no Argos junto à uma famosa tripulação e partiu à Cólquida para realizar uma missão quase impossível: tomar o Velocino de Ouro. Segundo o conto, Jasão era o príncipe de Tessália. Seu tio, contudo, havia destronado seu pai e, para devolver o trono, exigiu que o Jasão buscasse o Velocino. Um arauto percorreu a cidade e reuniu cerca de 50 destemidos jovens que se candidataram para ajudar o príncipe na empreitada. Dentre os tripulantes (argonautas), estavam heróis renomados, como Héracles, Teseu, Castor e Pólux, etc.
   Argos (filho de Frixo) foi o responsável por construir a embarcação e, por isso, ela foi batizada com o seu nome.


   Os argonautas, com dificuldade, conseguiram chegar ao seu destino. Lá, o rei do local impôs duras condições para dar o Velocino a Jasão. Dentre elas, ele teria que arar um campo, que era guardado por touros cuspidores de fogo, e enfrentar guerreiros mortos-vivos. O príncipe nunca teria conseguido realizar tais tarefas se não fosse por Medeia: uma feiticeira, filha de Eetes, que se apaixonou pelo herói e o ajudou com poções capazes de fazer os touros pararem de cuspir fogo e de destruir os guerreiros.
   Após cumprir todas as tarefas, Jasão teve que passar por um dragão que nunca dormia. Para tanto, novamente contou com a ajuda de Medeia, que pôs o dragão em um sono profundo. A jornada de volta para casa em nada fora mais fácil que a ida. Depois de complicações, Jasão e os Argonautas estavam em Tessália e portavam o Velocino de Ouro.

 

   Quando chegaram na terra natal de Jasão, Medeia, que havia voltado junto à tripulação, planejou a morte do tio de Jasão, atual rei da cidade. Os dois se casaram e, depois de alguns anos, Jasão deixou Medeia para relacionar-se com Gláucia. Como vingança, a feiticeira matou a amante e os filhos que havia tido com o herói. O mito é muito extenso e já envolveu Isaac Newton, que especulou em que ano a viagem ocorreu.
   Um detalhe interessante é que Jasão, quando foi exilado de Tessália (na época em que seu tio assumira o trono), viveu com Quíron (famoso centauro, responsável por treinar Héracles) e por ele foi treinado. 


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Deuses Nórdicos: Balder

Balder ou Baldur é o "Cristo" na Mitologia Nórdica e deus da luz, da beleza e da inocência. Filho de Odin e pai de Forseti (Deus da justiça).
Ja dizia na lenda que desde pequeno sofria terríveis pesadelos que mostravam uma premonição de sua morte. Com isso, a mãe de Balder decide tomar uma posição e acaba percorrendo os nove mundos fazendo todo ser vivente, animal, vegetal e mineral prometer que jamais iriam prejudicar o pequeno Balder. Todos os seres viventes se posicionam de acordo ao juramento, exceto a planta do visco. Sua mãe não dá importância a este fato e termina acreditando que o problema está resolvido.

Desta maneira, Balder torna-se imortal. Os Deuses do Valhalla se divertem disparando flechas que não lhe causam a mínima ferida. Entretanto Loki, o Deus do Fogo e da trapaça, trai os Deuses. Engana o Deus cego Hodr dando-lhe uma fecha cuja ponta foi aderida a um ramo da planta de visco. O Deus cego dispara contra Balder e este cai mortalmente ferido.

Hodr  portando seu arco com a flecha da planta de visco.
A morte de Balder. Christoffer Wilhelm Eckersberg
Assim vemos como o Deus do Fogo, traindo os Deuses, assassina o Cristo Íntimo dentro de nós, fato este similar aos de outros ensinamentos proferidos por outras religiões: Osíris assassinado por Seth(Egípcia), Hiram Abiff pelos três traidores(Bíblia), etc.

Quando Balder está em seu leito de morte, Odin lhe diz umas palavras ao ouvido. Ninguém sabe o que lhe diz, mas conta a lenda que é a promessa da ressurreição, após a purificação do mundo, depois da grande catástrofe em Ragnarok.

Balder é mencionado, à pedido de curiosidade, em jogos da nossa geração como por exemplo Baldur's Gate e Too Human.